Veja como antídotos contra o metanol agem no corpo e quais os efeitos
Os antídotos recentemente adquiridos pelo governo brasileiro para combater intoxicações por metanol atuam como bloqueadores específicos no organismo humano, impedindo a transformação desta substância em compostos ainda mais nocivos à saúde.
O processo de intoxicação por metanol inicia-se com sua rápida absorção pelo sistema gastrointestinal após a ingestão de bebidas adulteradas. Ao atingir a corrente sanguínea, a substância é transportada até o fígado, onde ocorre sua metabolização.
Processo de intoxicação
No fígado, o metanol é transformado em duas substâncias extremamente tóxicas por meio da ação de enzimas específicas. A enzima ADH converte o metanol em formaldeído, que posteriormente é transformado em ácido fórmico pela enzima ALDH. O ácido fórmico é considerado o principal causador dos danos à saúde.
Este composto age de duas formas prejudiciais no organismo: aumenta a acidez do sangue, comprometendo o funcionamento de diversos órgãos e sistemas, podendo levar à morte, e afeta as mitocôndrias, especialmente no sistema nervoso central e nervos óticos, causando possível cegueira e danos cerebrais irreversíveis.
Funcionamento dos antídotos
Os antídotos disponíveis – etanol farmacêutico e fomepizol – atuam bloqueando a ação da enzima ADH, impedindo assim a formação do ácido fórmico. Com este bloqueio, o metanol é eliminado naturalmente pelo corpo por meio da urina ou, em casos mais graves, por hemodiálise.
Cada antídoto possui suas particularidades: o etanol pode causar efeitos colaterais semelhantes à intoxicação alcoólica, como vômitos, náuseas e perda de cognição.
Já o fomepizol, apesar de não apresentar estes efeitos, tem como desafio a necessidade de importação do Japão.
Ambas as soluções são consideradas seguras e eficazes, mas devem ser administradas exclusivamente em ambiente hospitalar por profissionais capacitados.
Fonte: CNN Brasil